
Quando a Black Friday chegou ao Brasil, há cerca de 10 anos, vivíamos um cenário bem diferente do mercado atual. A data vem se tornando cada vez mais complexa, já que deixou de ser uma briga de preço e produto de um único dia, entrando em jogo diversos fatores. Os estudos de marketing mostram que a jornada de compra do consumidor está mais diversa, com mais pontos de contato. Além disso, os objetivos das marcas vão além do aumento de vendas no período e a tecnologia vem ganhando um papel mais central na relação entre as pessoas e as empresas.
Segundo pesquisa realizada pelo Provokers e pelo Google, 99% dos consumidores conhecem a Black Friday e 70% já realizaram compra por conta das promoções deste período. Analisou-se ainda que em 2019 a intenção de compra aumentou 58% em relação ao ano anterior e as pessoas estão dispostas a gastar, em média, R$ 1.300,00.
Ainda segundo a pesquisa, 76% dos compradores entendem que a Black Friday é mais do que só a quinta e sexta-feira, é um período. Eles esperam uma semana ou até mesmo um mês de promoções. Ou seja, o pós-data também pode ser compreendido como um bom momento para as vendas.
Sendo assim, é fundamental saber o momento certo para “entrar na briga”. Não aposte tudo em um único dia. Divida as suas ofertas e posicione cada uma no seu momento ideal. Criar uma estratégia para estar presente de forma consistente nos momentos mais importantes dessa jornada de compras é essencial para ter sucesso no período.
O crescimento da Black Friday nas lojas físicas era um fenômeno que já vinha sendo notado nos últimos anos. Mas a pesquisa de intenção feita este ano pela Provokers surpreendeu em dois pontos. O primeiro é que, em 2019, o número de compradores em lojas físicas deve se igualar ao de e-shoppers.
A segunda surpresa foi o crescimento do consumidor omnichannel. Pouco interessa onde ele quer comprar. A história da divisão das compras por formato tem muito mais a ver com uma questão organizacional e cultural das empresas do que com o consumidor. Para ele, o que importa é praticidade e rapidez. A pessoa vai comprar onde e quando for mais conveniente.
É por isso que a retirada em loja vem crescendo tanto, e é por isso que os aplicativos de entrega fazem tanto sucesso.
As pessoas também não consideram mais o preço o atributo principal de uma compra na Black Friday. Os benefícios oferecidos pelas marcas e varejistas contam muitos pontos. Em um cenário tão competitivo, além de oferecer novos produtos ou descontos é hora de trazer novos serviços e fazer parcerias com marcas que tenham sortimentos diferentes do seu. Quem sabe um produto complementar? Que tal oferecer um celular com um plano de uso e mais um desconto em um meio de pagamento específico? Oferecendo cashback, talvez?
A construção do interesse não acontece na hora da compra: ela ocorre bem antes, na fase da consideração. Conseguir despertar esse interesse e engajamento é chave para a sua marca. E você não vai conseguir fazer isso só trabalhando com descontos na Black Friday.
Para construir uma marca forte, é preciso fazer o que ainda não foi feito, baseado no atributo que o diferencia. Essa construção não acontece só na data: ela ocorre na temporada inteira. O consumidor fornece o tempo todo sinais de intenção, então é fundamental criar a conexão com ele antes do evento para saber do que ele gosta, o que procura e o que achou do seu anúncio.
O mundo do consumidor e das marcas muda com cada vez mais rapidez, e esse novo cenário tornou a Black Friday mais complexa. Fazer as mesmas coisas não vai trazer os resultados que você sempre esperava. É hora de arriscar, inovar e criar novas verdades para sua marca.