
Em tempos de forte influência de blogueiros e instagramers que bombardeiam as redes sociais com dietas, exercícios e muitas fotos de corpos “perfeitos”, não é raro ver alguém frustrado por não estar no padrão exigido.
O professor de Educação Física da SELFIT Academias, Jones Santos esclarece que cada corpo possui suas particularidades e reações a exercícios físicos e dietas. “Além disso, cada um tem seu próprio ritmo de vida e isso significa que os resultados serão diferentes do que se vende na mídia.
O profissional esclarece que as pessoas precisam se conhecer, conhecer seus limites e entender as respostas que seus corpos lhes apresentam”, esclarece o profissional.
Segundo uma pesquisa realizada por especialistas do Ambulatório de Bulimia e Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo (Ambulim), cerca de 1% da população mundial sofre de transtornos alimentares. Tais números estão crescendo consideravelmente nos últimos anos e não por coincidência podem ser associados a essa nova doutrina da beleza. A indústria alimentícia e estética, tão fortes no Brasil e no mundo, contribuem com a pressão.
Associada ao surgimento destes distúrbios, a saúde mental é um assunto que vem ganhando cada vez mais espaço em debates sobre qualidade de vida. Em meio ao turbilhão de informações compartilhadas 24h a palavra educação tornou-se uma chave crucial na busca por um equilíbrio emocional.
Jones afirma que é preciso ter cabeça aberta e senso crítico para saber filtrar aquilo que lhe ajuda: “hoje passamos muito tempo presos às redes sociais, celulares e computadores. Perdemos tempo que poderia estar sendo direcionado à convivência social, à família e amigos. Essa avalanche de informação a qual somos submetidos pode, sim, influenciar as escolhas. Passamos a era da proibição. Proibir não educa, mas o diálogo aberto e franco, sim. Antes de tudo, saúde mental é a base para uma vida saudável”, pontua.
Quanto ao desejo do corpo ideal, é importante ressaltar que os resultados são extremamente individuais, dependendo dos objetivos, foco, rotina e predisposição de cada um.
O especialista ressalta que mudar hábitos de vida é bem complexo e requer alterações na alimentação, comportamento e prática regular de exercício. “Parece pouco, mas isso impacta em tudo, inclusive na vida social das pessoas. Imagine o quão difícil é para quem sempre teve um estilo boêmio, regado à bebedeira nos fins de semana, que decide mudar radicalmente. Não conseguirá manter os mesmos programas ou até os mesmos amigos”.
Dentro das academias, um dos objetivos da equipe do professor é falar sobre saúde, ressaltar a importância do bem-estar e de manter um equilíbrio nas atividades. “Já tivemos alunos com algum distúrbio alimentar (anorexia ou vigorexia), em que investimos no acompanhamento de suas rotinas durante o treino. Estamos sempre atentos aos comportamentos e objetivos do aluno, adaptando a sua rotina à variedade de atividades disponíveis. O bem-estar deve ficar em primeiro lugar.